Há 18 anos, Sabrine
Fernandes sentiu os sintomas clássicos do diabetes: sede excessiva,
emagrecimento, muita vontade de urinar durante a noite foram os sinais de
alerta para a psicóloga de 37 anos, moradora de Juíz de Fora (Minas Gerais).
Como a família já tinha um histórico da doença, o diagnóstico foi rápido.
“Nestes 18 anos eu venho cuidando, mas nunca consigo controlar muito bem a
glicose. Tentei diversos medicamentos, faço atividades físicas e tenho uma
alimentação saudável. E mesmo assim sempre foi difícil. Minha glicemia já
chegou a estar a 500 e depois 40 no mesmo dia, sendo que a glicemia de uma
pessoa normal deve variar entre 70 até 110 mg/dl”, conta Sabrine.
Os anos convivendo com a
doença trouxeram consequências sérias para o organismo da psicóloga. “Tenho uma
complicação renal desde 2007 em decorrência de uma hipertensão secundária ao
diabetes. Nesse ano, tive uma grande perda e meus rins passaram a funcionar com
60% da capacidade. Em 2012, tive uma falha renal. Por causa disso, estou
fazendo diálise há três anos e estou na fila para um transplante de rins e
pâncreas”, relata.
O caso de Sabrine mostra
como o diabetes pode ter consequências graves. A doença metabólica é
caracterizada pelo aumento da glicose no sangue. O distúrbio acontece porque o
pâncreas não é capaz de produzir a insulina em quantidade suficiente para
suprir as necessidades do organismo. A insulina promove a redução da glicemia
ao permitir que o açúcar que está presente no sangue penetre nas células, para
ser utilizado como fonte de energia. Se não tratado, o diabetes pode causar
insuficiência renal, amputação de membros, cegueira, doenças cardiovasculares,
como AVC (derrame), e infarto.
Conheça os tipos mais comuns de diabetes:
A
Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com
o IBGE, mostra que o diabetes atinge 9 milhões de brasileiros – o que
corresponde a 6,2% da população adulta. As mulheres (7%) apresentaram maior
proporção da doença do que os homens (5,4%) – 5,4 milhões de mulheres contra
3,6 milhões de homens. Os percentuais de prevalência da doença por faixa etária
são: 0,6% entre 18 a 29 anos; 5% de 30 a 59 anos; 14,5% entre 60 e 64 anos e
19,9% entre 65 e 74 anos. Para aqueles que tinham 75 anos ou mais de idade, o
percentual foi de 19,6%.
Para
controlar os níveis glicêmicos é recomendada uma alimentação saudável, prática
regular de exercícios físicos e, em alguns casos, o uso da insulina e de
medicamentos com orientação médica.
Para
tratar o diabetes, o Ministério da Saúde oferece gratuitamente medicamentos
pelo programa Farmácia Popular. Para retirar os remédios, basta apresentar um
documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de
validade, que são 120 dias. A receita pode ser emitida tanto por um
profissional do SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas
privadas.
Para quem convive com o
diabetes, a coordenadora- geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da
Saúde, Michele Lessa, esclarece algumas dúvidas sobre alimentação.
Quais são as restrições
alimentares que uma pessoas com diabetes tem por causa da doença? A dieta
precisa modificada em que pontos?
A alimentação é essencial para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com diabetes, especialmente quando integrada a outras medidas de autocuidado. E é importante que a pessoa com diabetes tenha o acompanhamento de um nutricionista para que a terapia nutricional esteja de acordo com a sua situação de saúde, idade, tratamento medicamentoso e outros aspectos que variam de uma pessoa para outra. Em geral, o principal cuidado é a restrição do consumo de carboidratos, que deve ser preferencialmente os carboidratos complexos (evitar açúcar simples ou alimentos muito açucarados, por exemplo) e associados àsFIBRAS ALIMENTARES
,
sendo as frutas e hortaliças importantes fontes de fibras.
Dietas com baixo teor de carboidratos têm benefício no controle glicêmico, na perda de peso, na redução do uso de medicações e nos fatores de risco cardiovascular como aumento do HDL-colesterol.
É importante também reduzir a ingestão de gordura saturada (por exemplo, proveniente da pele do frango, gordura das carnes vermelhas e frituras).
A alimentação é essencial para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com diabetes, especialmente quando integrada a outras medidas de autocuidado. E é importante que a pessoa com diabetes tenha o acompanhamento de um nutricionista para que a terapia nutricional esteja de acordo com a sua situação de saúde, idade, tratamento medicamentoso e outros aspectos que variam de uma pessoa para outra. Em geral, o principal cuidado é a restrição do consumo de carboidratos, que deve ser preferencialmente os carboidratos complexos (evitar açúcar simples ou alimentos muito açucarados, por exemplo) e associados àsFIBRAS ALIMENTARES

Dietas com baixo teor de carboidratos têm benefício no controle glicêmico, na perda de peso, na redução do uso de medicações e nos fatores de risco cardiovascular como aumento do HDL-colesterol.
É importante também reduzir a ingestão de gordura saturada (por exemplo, proveniente da pele do frango, gordura das carnes vermelhas e frituras).
Existe algum alimento
comum no dia a dia do brasileiro que as pessoas com diabetes devem evitar?
Alguma fruta, por exemplo?
Não
há restrição de frutas para pessoas com diabetes, mas é preciso ter atenção na
quantidade consumida de alimentos, em geral. A dieta da pessoa com diabetes
deve seguir as recomendações sobre alimentação saudável do guia alimentar para
a população brasileira, mas ter adaptações feitas, por nutricionistas, com base
nas necessidades individuais (exemplo: idade, atividade física, situação de
saúde).
Existem algum alimento que
seja “especialmente” recomendado?
Não
existe um único alimento que seja importante no tratamento do diabetes.
Contudo, destaca-se que o consumo deFIBRAS
solúveis está associado à melhoria do
controle glicêmico e à diminuição da concentração de lipídios no sangue em
pessoas com diabetes do tipo 2. Por isso, é importante o consumo de alimentos
ricos em fibras, especialmente fibras solúveis, dentre os quais destacam-se:
farelo de aveia, maçã com casca, banana, laranja, brócolis, cenoura, arroz
integral.

Fonte:
Gabriela Rocha/ Blog da Saúde
http://www.blog.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=50348&catid=566&Itemid=50155