sábado, 23 de maio de 2015

E o trigo, ainda dói?

Dói sim.. a barriga fica estranha...
A de vocês tb fica estranha para não falar péssima?
Segue mais um capitulo do Livro BARRIGA DE TRIGO
por Elia Regina Previato

Capítulo 2: Nada dos biscoitos da vovó: A criação do trigo moderno
Perdendo apenas para o milho, o trigo é o grão mais consumido da terra, constituindo 20% de todas as calorias consumidas.
O trigo hoje não é o mesmo que nossos antepassados moíam para fazer seu pão de cada dia.  Ele mudou drásticamente nos últimos 50 anos sob a influência dos cientistas agriculturais.
Linhagens puras de trigo foram hibridizadas, cruzadas e introduzidas para torná-lo resistente a condições ambientais como a seca ou a patógenos como fungos.
Mudanças genéticas foram introduzidas para aumentar o rendimento da produção por área plantada.

Durante o século XIX e início do século XX, como em muitos anteriores, o trigo mudou pouco.
Isso tudo terminou na última parte do século XX, quando uma reviravolta nos métodos de hibridização transformou esse cereal.
O trigo passou por uma transformação drástica para produzir algo inteiramente ímpar, quase irreconhecível quando comparado ao original, e ainda chamado pelo mesmo nome: trigo.
Pequenas mudanças na estrutura da proteína do trigo podem significar a diferença entre uma devastadora resposta imune versus resposta alguma.
O primeiro trigo selvagem, cultivado então, foi o einkorn, o bisavô de todos os subsequentes.  O einkorn tem o código genético mais simples de todos os trigos, contendo apenas 14 cromossomas.
Logo depois do cultivo da primeira planta de einkorn, a varidade emmer do trigo (a descendência natural dos pais do einkorn e uma gramínea selvagem não aparentada, o aegilops speltoides ou goatgrass) apareceu no Oriente Mèdio, incluindo 28 cromossomas. 



O trigo não evoluiu naturalmente no Novo Mundo, mas foi introduzido por Cristóvão Colombo em Porto Rico em 1493, pelos exploradores espanhóis no México em 1530, por Bartholomeu Gosnold na Nova Inglaterra em 1602, e logo depois pelos Pilgrims que trouxeram o trigo com eles para Mayflower.
O trigo foi modificado pelos seres humanos a tal ponto que as cepas modernas são incapazes de sobreviver na natureza selvagem sem o suporte humano.

Nenhum teste, em humanos ou animais, foi realizado nas novas cepas genéticas criadas.  Tão significativos eram os esforços para incrementar a produtividade, que esses produtos foram lançados no suprimento alimentar sem que os cuidados com a segurança humana fizessem parte da equação.
As proteínas do glúten no trigo passaram por mudanças estruturais consideráveis com a hibridização.

As diferenças genéticas geradas via milhares de hibridizações engendradas pelo homem resultaram em variação substancial na composição, aparência e qualidades importantes não apenas para os chefes de cozinha e manipuladores de alimentos, mas também potencialmente para a saúde humana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário