A de vocês tb fica estranha para não falar péssima?
Segue mais um capitulo do Livro BARRIGA DE TRIGO
por Elia Regina Previato
Capítulo 2:
Nada dos biscoitos da vovó: A criação do trigo moderno
Perdendo
apenas para o milho, o trigo é o grão mais consumido da terra, constituindo 20%
de todas as calorias consumidas.
O trigo
hoje não é o mesmo que nossos antepassados moíam para fazer seu pão de cada
dia. Ele mudou drásticamente nos últimos
50 anos sob a influência dos cientistas agriculturais.
Linhagens
puras de trigo foram hibridizadas, cruzadas e introduzidas para torná-lo
resistente a condições ambientais como a seca ou a patógenos como fungos.
Mudanças
genéticas foram introduzidas para aumentar o rendimento da produção por área
plantada.
Durante o
século XIX e início do século XX, como em muitos anteriores, o trigo mudou
pouco.
Isso tudo
terminou na última parte do século XX, quando uma reviravolta nos métodos de
hibridização transformou esse cereal.
O trigo
passou por uma transformação drástica para produzir algo inteiramente ímpar,
quase irreconhecível quando comparado ao original, e ainda chamado pelo mesmo
nome: trigo.
Pequenas
mudanças na estrutura da proteína do trigo podem significar a diferença entre
uma devastadora resposta imune versus resposta alguma.
O primeiro
trigo selvagem, cultivado então, foi o einkorn, o bisavô de todos os
subsequentes. O einkorn tem o código
genético mais simples de todos os trigos, contendo apenas 14 cromossomas.
Logo depois
do cultivo da primeira planta de einkorn, a varidade emmer do trigo (a
descendência natural dos pais do einkorn e uma gramínea selvagem não
aparentada, o aegilops speltoides ou goatgrass) apareceu no Oriente Mèdio,
incluindo 28 cromossomas.
O trigo não
evoluiu naturalmente no Novo Mundo, mas foi introduzido por Cristóvão Colombo
em Porto Rico em 1493, pelos exploradores espanhóis no México em 1530, por
Bartholomeu Gosnold na Nova Inglaterra em 1602, e logo depois pelos Pilgrims
que trouxeram o trigo com eles para Mayflower.
O trigo foi
modificado pelos seres humanos a tal ponto que as cepas modernas são incapazes
de sobreviver na natureza selvagem sem o suporte humano.
Nenhum
teste, em humanos ou animais, foi realizado nas novas cepas genéticas
criadas. Tão significativos eram os
esforços para incrementar a produtividade, que esses produtos foram lançados no
suprimento alimentar sem que os cuidados com a segurança humana fizessem parte
da equação.
As
proteínas do glúten no trigo passaram por mudanças estruturais consideráveis
com a hibridização.
As
diferenças genéticas geradas via milhares de hibridizações engendradas pelo
homem resultaram em variação substancial na composição, aparência e qualidades
importantes não apenas para os chefes de cozinha e manipuladores de alimentos,
mas também potencialmente para a saúde humana.
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